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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

DUAS FACES DA MESMA HISTÓRIA

Dois esclarecimentos se fazem necessário, antes de desenvolver minha tese sobre o comportamento da mídia Limeirense, diante da ocupação do Prédio Abandonado do INSS e posteriormente de um terreno no JD. Olga Veroni, pelo Movimento de Trabalhadores Sem Casa de Limeira. O primeiro é de que sou totalmente favorável a liberdade de imprensa e defensor árduo do Jornalismo que preza em informar o que ocorre na sociedade. Defendo também que não há veiculo de comunicação imparcial nas opiniões, todos tem e devem ter posições ideológicas claras e manifesta-las em seus editoriais. No entanto a informação é que precisa ser isenta, ouvir todos os lados envolvidos e registrar o que realmente aconteceu. Segundo esclarecimento, não defendo, não tenho procuração para isto e muito menos quero fazer guerra de meios de comunicação, tal qual Record versus Globo. Mas como leitor e analista político de quase 30 anos e de relação com a imprensa local, transparente e sincera, tenho o direito e o dever de tecer comentários acerca da produção jornalística de minha cidade. Feito os esclarecimentos, digo que li a cobertura dos dois Jornais do caso da ocupação do Prédio abandonado e sem utilização há anos do INSS. Confesso que até o dia de hoje(21 de Agosto), considerei as coberturas da imprensa escrita, boa, imparcial e até discreta. Talvez até porque a ocupação dividia manchetes, com a greve da Guarda Municipal, a redução do horário de atendimento na Prefeitura. Até hoje, pois ao ler as duas matérias sobre o assunto, pude concluir que as visões políticas ficaram evidentes nas coberturas. O assunto foi manchete do meio da capa na Gazeta de Limeira e segunda manchete de capa no Jornal de Limeira, que preferiu dar maior destaque ao caso do funcionário fantasma da Prefeitura Municipal, que não compareceu para depor em comissão da Câmara Municipal que investiga o caso. Aqui a primeira diferença: A manchete do Jornal de Limeira, “Sem Casa e Migrantes”, com a foto dos trabalhadores se deslocando do prédio do INSS, para o terreno no bairro. Já a Gazeta demonstra na Manchete seu interesse em destacar não a informação, mas sua posição política. A manchete altamente direcionada “Deixa prédio do Inss e assusta o Olga Veroni”, a foto não condiz com o desfecho do titulo, não se reconhece nenhum morador do bairro em estado de pânico, pavor e medo. È bom destacar que na versão online da Gazeta não encontrei nenhuma matéria sobre o caso do Fantasma. Parece que o tema de total relevância para a cidade, passa a ser secundário para a GL, como se as reivindicações por uma política Habitacional, ameaçassem mais a paz dos munícipes, do que escândalos da máquina pública. Aí a segunda diferença. Posso destacar ainda na capa, as fotos, onde o JL procura mostrar o drama das famílias sem um teto para morar, enquanto a GL, insiste em mostrar que o movimento saiu escoltado por oficiais de Justiça, situação que não ocorreu, já que os ocupantes deixaram o local uma hora e meia antes do cumprimento da liminar de desocupação do imóvel. Dentro dos cadernos, as diferenças não param. O Jornal de Limeira, resume sua cobertura em informar o que ocorreu. Entrevista lideres do movimento, os oficiais de Justiça, donos do terreno no Jd. Olga Veroni e populares. A Gazeta, ouviu todos os envolvidos, mas centrou sua matéria, no suposto susto dos moradores do JD. Olga Veroni, no discurso falso de que o movimento quer moradia de graça, isto não existe, na coloração preconceituosa e bairrista de que as pessoas que ocuparam o prédio e depois o terreno, não são de Limeira. È claro que não é os Jornalistas que dizem isto, mas as declarações dos populares são dadas como destaque. Alem disto, o terror prossegue insinuando que o Movimento pretende “invadir” outras áreas ou mesmo o prédio do INSS. Ninguém do Movimento afirma isto com todas as letras. A conclusão foi do Jornal. Penso que não se pode confundir posição política, com preconceito e desinformação. Os veículos de comunicação, não podem substituir o direito que a população tem de ser informada, com discursos panfletários e ideológicos. Se pretende ser um organismo plural na informação, não pode carregar seus textos de opiniões seja do Jornalista, seja do dono do Jornal, para isto tem os espaços editoriais. Se não aquele papo de que é imparcial vai para o ralo, não faz sentido. Podemos questionar o método do Movimento, quanto a buscar seus objetivos, é perfeitamente legitimo. Mas não dá para virar militante desta ou daquela causa política na cidade, não usando espaços para informação. Espero que o fim da Lei de Imprensa, da obrigatoriedade do diploma, e outros temas, possam colaborar para que os meios de comunicação, venham a entender o real significado da democracia. Todos tem liberdade de expressão, mas o respeito a ética e a pluralidade de concepções precisam ser destacadas.
Leia as duas matérias citadas no texto:

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