"Feira de Filmes é uma loja de DVDs voltados para as lutas populares e sociais. A loja tem um acervo enorme de filmes alternativos, independentes e de temáticas de esquerda e revolucionária. Quem quiser adquirir, o endereço eletrônico é: feiradefilmes@gmail.com ou pelo telefone:11-6621-5033. Vou publicar aqui sinopse de dois DVDs por dia, mas a lista completa é só pedir que a loja envia".
"Dogville" Lars Von Trier
Anos 30, Dogville, um lugarejo nas Montanhas Rochosas. Grace (Nicole Kidman), uma bela desconhecida, aparece no lugar ao tentar fugir de gângsters. Com o apoio de Tom Edison (Paul Bettany), o auto-designado porta-voz da pequena comunidade, Grace é escondida pela pequena cidade e, em troca, trabalhará para eles. Fica acertado que após duas semanas ocorrerá uma votação para decidir se ela fica. Após este "período de testes" Grace é aprovada por unanimidade, mas quando a procura por ela se intensifica os moradores exigem algo mais em troca do risco de escondê-la. É quando ela descobre de modo duro que nesta cidade a bondade é algo bem relativo, pois Dogville começa a mostrar seus dentes. No entanto Grace carrega um segredo, que pode ser muito perigoso para a cidade.
“Decálogo” Krzysztof Kieslowski,
Em 1988, o diretor Krzysztof Kieslowski (1941-96) realizou a minissérie de televisão O Decálogo, em dez episódios. Apesar de inspirados nos Dez Mandamentos, nenhum dos capítulos traz o preceito religioso indicado, tendo apenas o número como indicação no título original. O filme foi consagrado no 46º Festival de Veneza como uma obra-prima. A série nunca saiu em vídeo. Nos Estados Unidos, em 2000 foi apresentada no circuito de salas de arte com sucesso notável de crítica e público. Em toda a série foi utilizada a mesma equipe técnica, com apenas uma exceção marcante: o diretor de fotografia, diferente a cada episódio. Para se situar melhor, é bom para o colecionador entender o momento que a Polônia, país intensamente católico, vivia quando a obra foi realizada, ainda sob o jugo do regime comunista. Kieslowski apresenta uma maneira particular de filmar, sempre atento a detalhes - um copo que cai, um menino olhando uma pomba, uma goteira no hospital - com uma extraordinária sensibilidade, que parece ser única entre seus contemporâneos. O trabalho dos atores é de uma enorme naturalidade, sem jamais cair nas armadilhas clichês do telefilme americano. Embora praticamente todas as histórias tenham um final surpreendente ou irônico, elas constituem antes de tudo um grande painel do comportamento humano. No contraponto ao que o cinema norte-americano nos ensinou a ter certas expectativas, Kieslowski surpreende sempre - de forma tão extraordinária, tão pouco usual e infelizmente ainda quase desconhecida - que fica difícil escolher um preferido. Este filme singelo e delicado é das mais belas histórias de amor ao cinema.
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