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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A PERSONALIDADE

"Esta seção tem o objetivo de prestar homenagem a personalidades, culturais, políticas e sociais, do País, publicando obras ou biografias. Cada personalidade, ficará por uma semana com sua História na tela. O Blog aceita contribuições, é só manda-las para: revupoeta@yahoo.com.br ou revupoeta@gmail.com ".
Mario Prata
Mario Alberto Campos de Morais Prata é natural de Uberaba (MG), onde nasceu no dia 11 de fevereiro de 1946. Foi criado em Lins, interior de São Paulo. Com 10 anos de idade já escrevia "numa velha Remington no laboratório de meu pai (...) crônicas horríveis, geralmente pregando a liberdade e duvidando da existência de Deus". Nesse período de sua vida era o redator do jornalzinho de sua classe na escola. Sendo vizinho de frente do jornal A Gazeta de Lins, com 14 anos começou a escrever a coluna social com o pseudônimo de Franco Abbiazzi. Passou, com o tempo, a fazer de tudo no jornal, desde editoriais a reportagens esportivas e artigos de peso. O escritor Sérgio Antunes, seu amigo nessa época, disse que Mário era um molecote de "voz de taquara rachada e aparelho nos dentes ".
Além de escrever Mário se dedicava ao tênis e, defendendo o Clube Atlético Linense, acabou sendo o campeão noroestino infantil na década de 60. Lia tudo o que lhe caia nas mãos, em especial as famosas revistas da época "O Cruzeiro" e "Manchete", que traziam em suas páginas os melhores cronistas da época como Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Henrique Pongetti, Rubem Braga, Millôr Fernandes e Stanislaw Ponte Preta, uma vez que em Lins, naquela época, "não chegavam os grandes clássicos", como disse o autor. Daí a forte influência que os citados cronistas tiveram em seu estilo.
Aos 16 anos recebe um convite de Roberto Filipelli, que foi depois diretor da Globo em Londres, para fazer com ele o "Jornal do Lar ". Samuel Wainer, vislumbrando seu grande talento, levou-o, nessa época, para escrever no jornal "Última Hora". Mário comenta: "Meus pais chamavam aquilo que eu escrevia de bobageiras e me previam um péssimo futuro. Medicina, Engenharia, Direito ou Banco do Brasil (eles queriam). E nada de estudar filosofia ou letras: coisa de veado". O autor acabou trabalhando 8 anos no Banco do Brasil, a exemplo de Jaguar e Stanislaw Ponte Preta — dentre outros, como auxiliar de escrita.
Na década de 60, em plena revolução, inicia o curso de Economia na U.S.P. Desse tempo relembra: "a gente se orgulhava: a gente era comunista! (...) um dia o DOPS chegou lá e levou a gente. Todo mundo preso, orgulhoso ". Apesar da opinião contrária dos familiares e dos amigos, e movido pela vontade cada vez maior de ser escritor, resolveu pedir demissão do Banco do Brasil e abandonar a faculdade de Economia.
A partir de então vem obtendo sucesso com inúmeros livros, novelas, peças, roteiros, etc., tendo sido agraciado com diversos prêmios nacionais e internacionais.
Sua estadia em Portugal, onde morou por 2 anos, deu origem a um de seus grandes sucessos no Brasil, o livro Schifaizfavoire — um tipo de dicionário do português falado pelos portugueses. Lá, nesse período, realizou diversos trabalhos para a RTP (Rádio e Televisão Portuguesa). Atualmente mora em São Paulo e diz que gosta de escrever de manhã e "careta", uma herança adquirida nos tempos em que trabalhou no Banco do Brasil.
Escreveu, semanalmente, na revista "Época" e no jornal "O Estado de São Paulo" por vários anos.
A OBRA DE HOJE
ESTÚPIDO CÙPIDO
Em Albuquerque, cidade do interior de São Paulo, no início da década de 60, a população se concentra para receber a visita de Cely Campello e para a eleição da Miss Brasil, onde a conterrânea Maria Teresa (Françoise) é uma das preferidas. Ao redor destes fatos evoluem os personagens locais.
O relacionamento amoroso entre o viúvo Guima (Leonardo) e a desquitada Olga (Maria); o amor entre o desmemoriado Belchior (Luiz Armando) e a irmã Angélica (Savalla); .os negócios ilícitos de Acioly (Nuno); as fofocas por telefone comandadas por Adelaide e Eulália (Célia e Kleber) e os diversos namoricos.
Primeira novela de Mário Prata, que a iniciou sem grande conhecimento do veículo. No entanto mostrou convincente habilidade em armar diálogos, conduzir as tramas e apresentar um passado próximo extremamente diferente da geração atual. Momentos memoráveis: a chegada de Cely Campello (que teve de emagrecer para ficar com o corpo da época na qual era a cantora preferida da juventude) a Albuquerque e o concurso de Miss Brasil, onde o cuidado de produção reergueu com fidelidade o que fora o concurso em 1961, gravado no Maracanãzinho com público e tudo, sem que o elenco soubesse (nem Françoise) o que o script revelaria ao final. Manteve-se assim a surpresa exata de Maria Teresa como vencedora. O último capítulo, exibido em cores, mostrou o paradeiro dos personagens em 1977.
Memória da telenovela BrasileiraIsmael Fernandes-Editora Brasiliense, 4a edição, 1997
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