Opinião
A Limeira que queremos
20/09/2009
No último dia 15, Limeira comemorou 183 anos de sua fundação. Embora sua história lendária seja atribuída ao Frei das Mercês, nossa cidade nasceu sob a proteção da Virgem Mãe das Dores, a qual também comemoramos seu dia litúrgico com grande solenidade e efetiva participação dos católicos por ela devotos.
Nessa mesma data, comemoramos a posse do nosso querido e atual bispo diocesano e sucessor dos Apóstolos, Dom Vilson Dias de Oliveira, segundo a mais antiga tradição da Igreja, que está conosco há dois anos e conquistou a simpatia de todos nós, ovelhas do seu rebanho, por seu trabalho e dedicação, missão esta para com o povo de Deus a ele confiada. E para festejarmos, realizamos uma celebração na Catedral Nossa Senhora das Dores, quando contamos com a presença da maioria dos nossos padres, diáconos, seminaristas, religiosas e leigos, vindos dos 16 municípios de nossa diocese.
Dentro das comemorações civis, infelizmente, vimos poucos eventos, porque ainda esperamos muito mais motivações e fatos que mereçam ser comemorados pois se Limeira se destaca nos cenários regional, nacional e mundial, é graças ao empenho de muitos aqui nascidos, que trabalharam, criaram seus filhos e aqui estão sepultados.
Graças também a muitos que para Limeira vieram e trouxeram consigo o desejo de colaborar com o progresso da cidade. Eles são imigrantes de muitas regiões da Europa desejosos de trabalhar, famílias de outras regiões do Brasil, sejam empresários, trabalhadores. Todos colaboraram para o progresso, o crescimento de nossa população e o desenvolvimento socioeconômico.
Gostaria de fazer presente também as Igrejas históricas, que acompanharam as imigrações, como as Luteranas, há mais de cem anos em Limeira, Metodistas, Presbiterianas e tantas outras que mantêm conosco o diálogo ecumênico na tentativa de vencermos as diferenças sem ferir a individualidade de cada uma.
Por isso, eu diria que a Limeira que queremos seja aquela que busque vencer o desemprego, as desigualdades sociais, a violência, a falta de moradias, a fome e a miséria, o racismo e todo o tipo de preconceito, principalmente com os mais pobres. A Limeira que queremos deve vencer o descuido com a saúde pública, com a educação, e que tenha ainda respeito pela luta dos trabalhadores "sem-terra". A Limeira que queremos precisa renovar seu quadro político, possibilitando aos jovens se interessarem pela arte de governar nossa cidade, trazendo novas expectativas e jovialidade a partir dos exemplos de vida de pessoas mais experientes, certamente, usando os critérios cristãos para agirem.
Precisamos de cidadãos que tenham amor por nossa terra, e não apenas interesses particulares ou de grupos (permitam-me lembrar uma pessoa que, com seus 87 anos, possui um profundo amor pela cidade: a professora Eudóxia S. Castro Quitério - que amor de criatura é a senhora! E que amor tem por Limeira!.Sabemos que não faltam entidades e instituições que lutam para melhorar a vida de nossa população.
Todos, porém, batalham com dificuldades porque falta apoio dos órgãos de governo, assim como empenho de muitos voluntários e empresários para minimizarmos esta situação. O que não nos falta, porém, é esperança e ela não pode morrer, porque, acima de tudo, somos pessoas de fé. E por causa disso, haveremos de ter a Limeira e o Brasil que sonhamos. Somos um povo abençoado por Deus. Que Ele, o Deus da vida, abençoe a todos!
Reynaldo Ferreira de Melo
Pároco da Igreja Nossa Senhora Aparecida
Fonte: Redação
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