Brigada impede entrada de alimentos no acampamento em São Gabriel (RS)
Em São Gabriel, no Rio Grande do Sul, os sem-terra acampados nas fazendas da família Antoniazzi devem deixar a área para evitar confrontos com a Brigada Militar. A mando da governadora Yeda Crusius (PSDB), a Brigada continua dificultando a saída de pessoas doentes e impedindo a entrada de alimentos no acampamento. A alimentação das crianças está sendo priorizada pelos acampados.
Conforme conta a educadora da escola itinerante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Jane Fontoura, a situação está insustentável. Jane também explica a razão do recuo. “Como sabemos que a Brigada Militar nos trata de forma muito truculenta, nós não queremos confronto, não queremos mais pessoas mortas nem feridas. Estamos saindo por ora, para nos reorganizarmos e retomar a luta pela terra.
Acreditamos que essa área vai ser nossa.” Para prestar solidariedade e levar alimentos, entidades de vários municípios do estado foram até a área nesta terça-feira (15), mas foram impedidas de entrar no acampamento pela Brigada Militar. Jane explica que as famílias ainda estão assustadas e traumatizadas depois da morte do trabalhador rural Elton Brum, assassinado por um policial durante a desocupação da Fazenda Southall, em São Gabriel.
A repressão aos movimentos sociais é uma prática comum no governo de Yeda. “Qualquer mobilização de movimento social ou sindical que se levantar, a ordem é ‘descer o pau’. Não interessa se quebrou, machucou, cortou ou se matou.” O MST realizará um ato nesta terça, no Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra), que continua ocupado. O MST exige a desapropriação da área.
De São Paulo, da Radioagência NP, Aline Scarso. 15/09/09
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