Metalúrgicos de Campinas conquistam reajuste acima da inflação
A conquista foi alcançada na paralisação das montadoras Honda e Toyota. As mobilizações em Campinas e região devem continuar na próxima semana
21/09/2009
Reginaldo Cruz
De Campinas (SP)
O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e região iniciou nesta semana as mobilizações da campanha salarial 2009, realizando paralisações de 24 e 48 horas em várias empresas. A categoria, que tem data base em agosto para o setor de eletro-eletrônicos e setembro para o setor de autopeças, montadoras, fundição, máquinas e equipamentos, reivindica 6,53% de reposição das perdas salariais do último período, conforme índice do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e aumento real de 2% nos salários. As mobilizações com greves de 24 e 48 horas foram aprovadas em assembleia realizada pela categoria no último domingo, dia 13 de setembro.
As primeiras greves aconteceram na segunda-feira, dia 14, com a paralisação das montadoras Honda e Toyota, localizadas nos municípios de Sumaré e Indaiatuba, respectivamente. Nestas empresas houve acordo em cima de uma proposta de 10% de reajuste salarial e a greve foi encerrada.
Nos demais segmentos, como fundição, autopeças e máquinas eletrônicas, as empresas apresentaram propostas apenas com o reajuste do INPC.
Na quarta-feira foram paralisadas as atividades na Foxcom, empresa do ramo eletrônico localizada em Indaiatuba e nas unidades da Mabe, que fabrica produtos da linha branca (fogões e geladeira) em Campinas e Hortolândia. De acordo com o presidente do Sindicato, Jair dos Santos, estas mobilizações tem o objetivo de pressionar os patrões a apresentar uma proposta de aumento real aos trabalhadores.
Segundo o sindicalista, apesar da crise econômica, as ações do governo federal, como a redução de IPI para a produção de automóveis e produtos da linha branca possibilitaram o aumento das vendas e as empresas recuperaram a produção. “Como alertamos no ano passado, a crise atingiu nossa categoria no início do ano e aconteceram muitas demissões. Mas a redução do IPI permitiu a recuperação das empresas a partir do mês de março, tanto que as empresas bateram recordes de vendas e em junho a indústria automobilística bateu o recorde histórico de vendas”, observa Jair dos Santos.
Na opinião do dirigente sindical, os trabalhadores perceberam que apesar da crise as empresa estavam em plena produção, com o aumento do número de horas extras. Isso possibilitou um ambiente propicio para as mobilizações. “Mostramos um comparativo que a partir de março houve uma recuperação da produção, o que possibilita que os trabalhadores possam ir além da inflação. Isso tem dado confiança e nos temos encontrado um ambiente de paralisação bastante positivo o que esta revertendo em acordos acima da inflação, como aconteceu com as montadoras”, comemora.
Conforme informou o presidente do Sindicato, as mobilizações devem continuar na próxima semana e depois será realizada uma nova assembleia com a categoria para avaliar a campanha salarial de 2009.
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