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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

CIRCUITO ESTRADAFORA

Teatro de Tábuas, utopia que virou realidade Por Blog Acesso Há dez anos, o ator Jorge Luis Braz colocou em prática o sonho e o desejo de realizar um trabalho coletivo em função da arte, com o objetivo de entregar um produto cultural de qualidade para quem fosse o espectador. Juntou-se a outros colegas de profissão e criou o Teatro de Tábuas, uma companhia teatral que extrapola os limites das artes cênicas, pois atua também em outras áreas das artes e na educação.
Um dos projetos mais conhecidos e bem-sucedidos da companhia é o Circuito Estradafora, que leva teatro, cinema, oficinas culturais e educativas em carretas a diversas cidades brasileiras, principalmente aquelas que não têm acesso a qualquer tipo de produção cultural. Segundo Braz, o circuito nasceu do “desejo de andar pelo país mostrando que é possível fazer algo quando se tem perseverança e desejos consolidados”. Mas ele ressalta que a escolha de levar “o teatro nas costas” foi também uma saída para resolver um problema de fluxo financeiro que o grupo tinha. “A experiência de fixação em um local é mais onerosa e se esgota pela falta de hábito cultural”.
Mas, se a especialidade deles era o teatro, por que levar também cinema e oficinas culturais e educativas? “As novas gerações são de pensamento múltiplo, imagético e com alto nível de exigência tecnológica”, destaca. “A mistura auxilia o Teatro de Tábuas no atendimento das demandas locais e as oficinas são um rico espaço de trocas que fazemos por onde passamos”.
Desde que foi criado, em 2004, o Circuito Estradafora já passou por aproximadamente 180 cidades de 18 estados brasileiros. Estima-se que mais de 280 mil pessoas se beneficiaram dele. “Acreditamos que cerca de 87% do nosso público tem seu primeiro acesso a uma produção cultural como teatro e cinema por meio do circuito”, afirma Braz. “Isso traz alegria para a gente, dignidade ao projeto e alimenta todos os dias a nossa equipe que sempre encontra grandes desafios para viabilizar cada viagem”.
Hoje, o Teatro de Tábuas conta com uma equipe de 55 colaboradores diretos, sendo que duas equipes, de 12 a 15 pessoas cada, se deslocam e uma fica na sede, em Campinas, interior paulista. Lá fica a administração, a comunicação e o apoio técnico; para a estrada vão os artistas, técnicos, motoristas, cozinheiros e produtores.
A passagem por tantas cidades ao longo destes anos fez com que a companhia formasse uma rede de parceiros. Como não era possível que o grupo voltasse com frequência a cada um desses lugares, foi criado o Congresso de Arte Educação. Ele acontece uma vez por ano e é voltado principalmente a professores da rede pública, arte educadores da área pública e privada, ONGs e artistas. A discussão segue, basicamente, temas de interesse desse público: meio ambiente, ética, relações sociais, tecnologia e cultura popular. “Nosso objetivo principal com o congresso é articular uma rede permanente de discussão da arte aplicada à educação”, explica Braz. Em 2009, a última edição aconteceu de 29 de julho a 2 de agosto na cidade de Mairiporã, em São Paulo.
Para o ator, o resultado desses 10 anos de trabalho do Teatro de Tábuas é impressionante. “Produzimos com poucos recursos uma imensidão de projetos, atividades e ideias”. Ele acredita que o maior patrimônio gerado pelo grupo é a grande rede de relacionamento construída Brasil afora e a confiança dos colaboradores, apoiadores e do público que demonstram reconhecimento, respeito e gratidão pelo que fazem. E, segundo Braz, o melhor presente que o grupo pode receber para comemorar essa data especial é “continuar a viver coletivamente esta utopia real, até onde a realidade permitir”.

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