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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

COMEMORAÇÃO

“40 Anos de Woodstock – O Verão do Amor”.
Por Marcos Aurélio Aquino e Silva – Contabilista e Sociólogo.
(Fonte: e-mail pessoal, em 29/09/2009).
Falta de dinheiro e de patrocinadores impediram a concretização da comemoração. Infelizmente, todos os planos de realização de um concerto para celebrar o aniversário de 40 anos de Woodstock foram cancelados por falta de dinheiro e de patrocinadores. Michael Lang, um dos idealizadores e realizadores do lendário festival em 1969, vinha planejando organizar um show gratuito em Nova York , em agosto, mas não conseguiu juntar as cifras necessárias.
Voltando um pouco no tempo: no ano de 1968 o Brasil viveu o período mais duro do regime militar, onde foi imposta a censura à imprensa e as liberdades individuais foram suspensas. Paralelamente a estes acontecimentos surge uma contracultura genuína, onde os seus militantes ficaram conhecidos como hippies, surgidos inicialmente nas ruas de São Francisco, na Califórnia, e que viria a causava impacto e mudar a concepção de vida dos jovens em todo o mundo.
Estimulada pelo rock ‘n’ roll e por uma experiência renovada da natureza, era deflagrada uma rebelião pacífica com forte toque espiritual. Também no Brasil, a contracultura hippie espalhava sua plumagem colorida e ocupava cada vez mais espaço nas ruas, afinal, as palavras de ordem eram “faça amor, não faça guerra”. Mas uma parcela da juventude preferiu aderir aos ideais políticos e a repressão ainda rolava solta nos porões da ditadura e a Igreja continuava atormentando com seu legalismo e com o falso moralismo da extrema direita no comando.
O ano de 1969 não foi apenas o ano em que o homem pisou na Lua, neste ano o pacifista Martin Luther King era assassinado a tiros e era iniciada a Guerra do Vietnã. Que jovens protestavam e se posicionavam contra os padrões conservadores e hipócritas da sociedade. Era o Verão do Amor, mais de 500.000 pessoas se reuniam para celebrar a paz e o amor. Era o maior festival de música do planeta, que contou com a participação dos maiores mitos da música e de ícones da geração hippie.
As pessoas que tiveram o privilégio de viver o festival de perto, saíram revigoradas pela nova proposta de “sociedade alternativa”. Mas o festival não foi só de maravilhas, faltou comida, as condições sanitárias eram precárias (quase inexistentes), muitas drogas, muito álcool, muitas pessoas se desencontram. Três delas morreram. Em contrapartida, nasceram 3 crianças. Apesar de tudo, de toda a aglomeração de pessoas, não aconteceu nenhuma ocorrência que pudesse ser considerada grave.
Não foi comunicado nenhum crime violento na área e nenhum caso de roubo ou invasão de domicílio nas casas vizinhas. A ação da polícia limitou-se à apreensão de drogas e pequenos casos, somente.
Para finalizar, Jimi Hendrix sobe ao palco, brindando aqueles que ainda não tinham ido embora, com a inovadora interpretação do hino nacional dos EUA, “The Star Spangled Banner” arrancando assim de sua guitarra explosões de bombas, granadas, rajadas de metralhadoras e roncos de helicópteros, numa clara alusão a Guerra do Vietnã.
A maioria saiu do Woodstock com uma visão totalmente diferente do mundo. O impacto provocado pelo festival atravessou gerações e continua influenciando o gosto musical de jovens no mundo todo.
Acaba de chegar ao Brasil o livro Woodstock (Editora Agir, 320 páginas, R$ 49,90), de Pete Fornatale. A obra traz centenas de entrevistas e depoimentos de Jimi Hendrix, Joe Cocker, Joan Baez, entre outros, que relatam o festival.
Além do livro citado, essa reviravolta pacifista, regada a muito amor livre e psicodelia, é mostrada no filme Taking Woodstock, dirigido por Ang Lee e já está sendo criticado por conter cenas de nudez, sexo, drogas e, claro, muito rock n´roll na veia.
E poderia ser diferente?

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