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terça-feira, 13 de outubro de 2009

RARIDADE

“Escola Sem Alunos”
Por Laíre Rosado
(Fonte: Jornal O Mossoroense.- Coluna Opinião, em 30/09/09: http://www.omossoroense.com.br/).
Um diretor de escola pública do segundo grau estava preocupado com a diminuição do número de alunos no educandário que dirige. E citou outros dois, dos mais conhecidos da cidade, que não conseguiam completar suas vagas. Não sabia explicar o que estava acontecendo, pois os professores eram os mesmos, todos muito bem relacionados com os estudantes. Mossoró sempre teve um número razoável de colégios e antes da última reforma educacional havia mais estabelecimentos educacionais mantidos pelos municípios do que pelo Estado. É preciso diagnosticar o motivo dessa evasão escolar, pois o ensino do terceiro grau está crescendo. A cidade conta com uma universidade federal, uma outra estadual e três particulares.
No Ministério da Educação existem três processos solicitando a criação de um novo curso de medicina para a cidade. Estão interessados nesse curso a Faculdade de Medicina e Enfermagem Nova Esperança, (Facene), grupo originário da Paraíba; a Universidade Potiguar (UnP), já instalada em Mossoró; e a Fundação Gama Filho (Fatern), já instalada em Natal. A transformação da Esam em Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) abriu perspectivas para a criação de novos cursos superiores, alguns deles funcionando normalmente.
Diante desses fatos é preciso averiguar o que está acontecendo em relação aos ensinos de primeiro e segundo graus. Há informações que esse é um fenômeno generalizado, repetindo-se em outras cidades brasileiras.
O Ministério da Educação encomendou estudo sobre o caso e um dos primeiros motivos apontados, imaginem só, foi a queda da natalidade. Este ano, houve uma queda de 1,1 milhão de alunos matriculados no primeiro grau, em comparação com o ano anterior. No ensino médio, houve uma queda de 1,1% nas matrículas. O número foi positivo no setor da educação básica nas escolas onde existem as creches. O MEC vai repassar as informações às escolas e pedir confirmação dos dados levantados. A primeira consequência será a diminuição no repasse dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Em compensação, segundo o ministo Haddad, houve um fato positivo, a diminuição no índice de repetência.
Pela divulgação do MEC, o número de matrículas vem caindo desde 2005, e essa curva deverá continuar descendente. Além da queda da natalidade, a repetência está bem menor que no passado. Embora o fenômeno seja nacional, a região que mais teve queda na quantidade de estudantes matriculados foi o Nordeste, com 3,4% a menos em relação ao ano passado. Outro ponto do relatório é que algumas escolas repetiam o nome dos alunos, recebendo mais recursos, falha que foi corrigida com a adoção de nova metodologia no preenchimento dos cadastros. No próximo ano, as escolas regulares que matricularem alunos especiais receberão o dobro dos recursos. O alerta do professor é válido. É preciso dobrar o cuidado com a educação dos jovens.

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