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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

BLOG LEGAL

Há um tempo atrás queria colocar um post por aqui tratando da forma narrativa em que o Chaves (todo mundo pensou que eu fosse falar do Hugo Chavez) trata o cotidiano humano. Apresentando um micro-universo expresso naquela pequena vila, a série consegue sintetizar muita coisa. Na minha opinião, Chaves tem muito mais relevancia estética, enquanto narrativa, do que os simulacros de realidade produzidos pela Malhação e Novelas. Uma análise interessante foi publicada no blog do joranalista Luis Nassif e eu reproduzo aqui:
Chavez é a cara da globalização 06/10/2009 Por Alessandro
A coisa mais universal que existe na televisão é o Chaves. Não o Hugo Chavez. O Chaves mesmo, aquele programa do SBT.
Desde que sou criança é a mesma coisa… Sempre passando o Chaves. E, no entanto, impossível ver aquelas cenas e não parar nem que seja um pouquinho para ver. O Chaves é a cara da globalização. O programa é mexicano, mas não há quem diga isso. Ele poderia ser brasileiro, norte-americano, polonês, russo e até africano. A sua essência é universal: ingenuidade misturada com maldade, que dão um humor explosivo. Um programa sem retoques. Sem politicamente correto. Sem regras definidas pelos padrões de audiência.
Ali naquela vila, que bem poderia ser um cortiço da periferia de São Paulo, vive uma criança miserável, órfã e que apanha o dia todo: o Chaves. Ele é foco do programa, mas acaba servindo de escada para outro personagens, como Kiko – o almofadinha maldoso e O Sr. Madruga – um cara que goza de todos os predicados pejorativos e motivadores de preconceito: é vagal, fuma, bebe, tem tatuagem. Ao mesmo tempo, é um cara de uma bondade inacreditável.
Quem pesquisar na internet vai encontrar muita coisa sobre o programa e uma leitura muito mais completa e aprofundada das personagens. Até achei um cara que fez uma dissertação de mestrado sobre o programa.
O que mais me chama a atenção é a vanguarda na linguagem. O Programa que assistimos até hoje foi rodado nos anos 70 e início dos 80. E o desejo de fazer humor mostrando as coisas como elas são estão lá.
Sem hipocrisias e sem o falso “bom mocismo” que mediocrizam programas de TV. Muita gente criticava, no alvorecer do modismo da psicologia familiar para qualquer coisa, que o programa mostrava famílias desestruturadas, pessoas com vícios, relações de violência, opressão… enfim, coisas que ninguém jamais veria no mundo perfeito das novelas. Grande bobagem.
Claro que o programa tinha seus exageros, como no episódio em que o Sr. Madruga apaga uma bituca de cigarro na mão do Kiko. Mas olha: que era engraçado era.
E quem não acha, é porque é uma Gentalha, Gentalha!!!

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