30 Anos do assassinato de Santo Dias da Silva
Participe da Celebração: dia 29 de outubro de 2009 – quinta feira – 18horas – Igreja da Consolação Próximo Metro Anhangabaú.
No dia 30 de outubro cumpre-se o 30º aniversário do assassinato do líder operário Santo Dias da Silva, fuzilado pela PM de São Paulo na porta da fábrica Sylvânia, durante um piquete da greve dos metalúrgicos em 1979 Santo Dias da Silva foi operário metalúrgico, nascido a 22 de fevereiro de 1942, na fazenda Paraíso, município de Terra Rocha, São Paulo. Católico, desde a adolescência iniciou a sua participação sindical no início da década de 60 junto aos trabalhadores rurais. Entre os anos de 1960 e 1961, participou com outros empregados da Fazenda Guanabara, de um movimento por melhores condições de trabalho e salário. Sua militância custou a expulsão de sua família da colônia em que morava, obrigando-o a migrar para a cidade.
Enquanto a sua família trabalhava como bóia-fria nas fazendas da região, Santo resolveu procurar outras oportunidades de trabalho, acabando por mudar para Santo Amaro, na região sul da capital de São Paulo, área de grande concentração industrial. Conseguiu trabalho como ajudante geral da Metal Leve, empresa de componentes metalúrgicos.
As lutas metalúrgicas de meados dos anos 60 levaram Santo a conhecer e a se integrar ao Movimento de Oposição Metalúrgica de São Paulo (MOMSP). Militante de uma ala esquerda da Igreja Católica, Santo Dias teve participação destacada nas lutas dos trabalhadores rurais, da Pastoral Operária, do Movimento Contra a Carestia, da Oposição Metalúrgica e do Comitê Brasileiro pela Anistia. Estes movimentos tiveram participação no reagrupamento de um setor da classe operária e da juventude que lutavam contra a ditadura militar e tiveram importância na formação da CUT e do PT, em geral defendendo uma política oportunista, apesar do empenho de vários de seus militantes.
Santo Dias da Silva teve destacada participação na Oposição Metalúrgica, que organizava os setores operários que lutavam contra o peleguismo no sindicato, então dirigido por Joaquim dos Santos Andrade, o “Joaquinzão”.
Mesmo com a chamada abertura democrática, a perseguição aos militantes operários era freqüente. Em 1975 é assassinado nas dependências do DOI-CODI, em São Paulo, o jornalista Wladimir Herzog, acusado de pertencer ao PCB, foi barbaramente torturado e o comando do 2º exército alega suicídio, mas a farsa é rapidamente desmascarada.
No ano seguinte é assassinado no mesmo local o operário Manoel Fiel Filho, acusado de pertencer ao PCB, novamente o DOI-CODI tenta repetir a farsa do suicídio.
Em maio de 1978, explode a greve da Scania em São Bernardo do Campo. Esta greve foi o estopim de um amplo ascenso do movimento operário, com as greves se multiplicando em todo o ABC paulista e logo englobando também os metalúrgicos da capital.
As greves impulsionaram a formação de comissões de fábrica e fortaleceram a Oposição Metalúrgica, que naquela cidade lutava contra a política de Lula e da burocracia lulista que viria a trair as três maiores greves que o país conheceu. Também se fortalecia a Oposição Metalúrgica de S. Paulo, uma frente única de diversas forças políticas. Santo Dias participou da chapa de Oposição que concorreu às eleições do sindicato em 1978. Demitido da Metal Leve pouco antes das eleições, Conseguiu novo emprego na Alfa Fogões, no Brás, zona Norte de São Paulo.
A derrota eleitoral da Oposição se deu em meio a uma gigantesca fraude. Joaquinzão só conseguiu manter-se no cargo graças ao apoio do Ministro do Trabalho Arnaldo Prieto, que veio pessoalmente de Brasília, com o braço quebrado, para desfazer a impugnação da eleição.
Leia a matéria na Integra aqui: http://www.zequinhabarreto.org.br/?p=3358 .
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