O BATIDÃO DE VOLTA AO SANTA MARTA
Marcelo Salles
Foi uma festa bonita. Nada menos que 500 pessoas, muitas crianças, curtiram em paz a Roda de Funk no Santa Marta, favela da zona sul carioca, no domingo, 26 de julho. E foi também uma festa importante pelo simbolismo, já que a polícia militar havia proibido, arbitrariamente, qualquer manifestação político cultural desde que ocupou o morro, em fins do ano passado. A corporação recuou após a mudança no comando do 2º Batalhão de Polícia, responsável pela região, e também pela persistência dos funkeiros.
Por isso, o dia 26 de julho vai ficar marcado na história da favela – e do funk. O cenário é a Praça do Cantão, no pé esquerdo do morro. Cercada por escadas e bares por todos os lados, ali também estão o salão do Cícero (unissex), a casa de costura da Rose e, no lado oposto à subida principal, o “pastel feito na hora”, que divide espaço na parede de uma casa com o anúncio do “bolo de chocolate”.
Entre os funkeiros que vieram para a roda, chamam a atenção os que vestem as camisas com inscrições que resgatam o chamado funk de raiz. “Eu só quero é ser feliz”, diz uma delas.Por volta das 17h, um grupo de teatro da Maré escancarou a desigualdade social. Em seguida foi a vez da roda de denúncias, ocasião em que qualquer um podia pegar o microfone, inclusive para se manifestar contra a violência policial – que continua sem controle no Rio –, o que foi feito mesmo diante da presença dos PMs, que acompanharam de perto todo o evento.
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