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domingo, 7 de março de 2010

A VERDADE SOBRE O DISSIDENTE CUBANO

O suicídio de um “dissidente” cubano Escrito por Atilio A. Boron 03-Mar-2010 Mais uma vez fazendo gala de sua proverbial falta de escrúpulos, o jornal El País, de Madrid, informou em sua edição digital de 27 de fevereiro que "a dissidência cubana segue mobilizada pela morte do prisioneiro de consciência Orlanda Zapata Tamayo". Difundida por também por meios brasileiros, a afirmação é tão rotunda quanto falsa, embutida da intenção apenas de jogar água no moinho da permanente campanha de ataques e agressões contra a Revolução Cubana e alimentar preconceitos de uma grande parte dos leitores deste diário, que nem sempre tem tempo, possibilidade ou interesse em conferir a veracidade das informações proporcionadas pelos grandes meios de comunicação. Felizmente, uma oportuna matéria publicada pelo prestigioso intelectual cubano Enrique Ubieta Gómez permite jogar luz sobre este penoso episódio e desmontar a mentira urdida pelo periódico madrileno e todos os seus semelhantes mundo afora (http://www.cubadebate.cu/opinion/2010/02/26/orlando-zapata-tamayo-la-muerte-util-de-la-contrarrevolucion/). Nela demonstra-se que o suposto "prisioneiro de consciência" não era nada disso, razão pela qual nunca figurou na lista de "prisioneiros políticos" elaborada pela já dissolvida Comissão de Direitos Humanos da ONU em 2003, substituída pelo Conselho de Direitos Humanos por conta de seus sérios vícios e sua manifesta arbitrariedade a serviço dos interesses dos EUA. Como é possível que um "prisioneiro de consciência" cuja identificação com o projeto político que o levou a imolar-se em não trair suas idéias teria passado despercebido pelos atentos olhos da hoje extinta Comissão? A resposta é bem simples: Zapata Tamayo, nos diz Ubieta Gómez, era um preso comum, cujos problemas com a justiça começaram em 1988, ou seja, quinze anos antes da confecção da famosa lista. Em sua larga carreira delitiva foi processado por "violação de domicílio" (1993), "lesões menos graves" (2000), "furto" (2000), "lesões e porte de arma branca" (2000: ferimentos e fratura de crânio contra uma vítima, utilizando um machado), "perturbação da ordem" e "desordens públicas" (2002), entre outras causas que, como se pode observar, nada têm a ver com o protesto político e são apenas delitos comuns. Em um gesto de generosidade, a justiça cubana permitiu que Zapata Tamayo fosse libertado sob fiança em 9 de março de 2003. Mesmo assim, poucos dias depois reincidiria em seus crimes e seria detido e condenado a três anos de prisão. Porém, nesta ocasião, sua sentença foi estendida por causa de sua conduta na cadeia. É exatamente neste marco que se produz sua milagrosa metamorfose: o meliante repetidamente encarcerado por cometer numerosos delitos comuns se converte em um ardente cidadão que decide consagrar sua vida à promoção da "liberdade" e da "democracia" em Cuba. Espertamente recrutado por setores da "dissidência política" cubana, sempre desejosa de contar com um mártir em suas esquálidas fileiras, impulsionaram-no irresponsavelmente e com total desprezo pela sua pessoa ao levar adiante uma greve de fome até o final, em troca de sabe-se lá quais promessas ou contrapartidas de todo tipo que, seguramente, o passar do tempo não tardará em esclarecer. No caso desta vítima é didático da estatura moral de quem luta para conseguir a "mudança de regime" em Cuba; no mesmo sentido, serve para mostrar o que é a moral de veículos como o El País e outros similares, que colocam seu imenso poder midiático, formador e deformador de consciências, a serviço das mais indecorosas causas. Nada dizem, por exemplo, que a desgraçada vida do suicida foi vilmente manipulada pela "dissidência" e seus líderes, que pretendem fazer passar por um "preso de consciência" alguém que não foi outra coisa além de um delinqüente comum.
Leia a matéria na Integra aqui: http://ow.ly/1fja9 .

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