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terça-feira, 16 de março de 2010

ANALISANDO OS INDICADOS AO OSCAR 2010

BASTARDOS INGLÓRIOS: UM BOM FILME No inicio dos anos noventa do século passado, assisti ainda em VHS, um filme indicado por um amigo. Tratava-se de cães de Aluguel, uma fita que distribuí violência e espalha carne humana e sangue por toda a tela. Nunca fui adepto a violência ou filmes que a tem como eixo de suas narrativas. Mas com cães, comecei a achar que a porradaria podia ser muito mais que um elixir para valentões e fortões. E lembrem-se vínhamos de uma década antes, em que filmes, como Rambo, Duro de Matar, serviam quase como propagandas da concepção Regueniana no poder nos Estados Unidos. O protótipo seria, um "super" herói musculoso, munido de muitas armas de fogo, que saí matando chineses, vietnamitas, árabes e outros menos avisados. Mas Quentin Tarantino, vai dizer, que para o cinema as cenas de lutas e guerras, podem significar o contrario de uma disseminação do ser humano, cuja única maneira de se defender das forças do "mal", é o uso indiscriminado da violência. Tarantino, a denúncia e se diverte ao utilizá-la em suas obras. Bastardos Inglórios, foi meu favorito a estatueta do Oscar, tem este ingrediente, ao mesmos tempo que atraí o cinéfilo, como o faz ao invés de torcer para o protagonista que machuca e mata sem dó, termos ojeriza, nojo e até ódio do fazedor de maldades e torturas físicas. Já tinha sentido isto, em Cães, depois no ainda melhor de Quentin, Pulp Fiction e nos demais do diretor. A violência é produto obrigatório em seus roteiros, mas ela não é para ser aplaudida não, e sim negada e até um certo ar de sacarmos quando algumas cenas nos fazem rir. È claro que o escalpo feito das cabeças dos Nazistas, pelo grupo de soldados Americanos sob a liderança de um Judeu, Brad Pitt, não tem nada de engraçado. Bastardos tem as marcas e o estilo de Tarantino, não há muitas novidades, que possam propor ousadias. Ressalto uma: O diretor fã de Sergio Leone (Era uma vez no Oeste e outros faroestes), coloca no mesmo patamar de crueldade os aliados, em especial, os Estados Unidos. Não há clemência, por parte do grupo. As torturas são obrigatórias, são parte de um ritual de vingança, contra os Arianos e sua teoria de raça pura. È a primeira vez, que se relata este comportamento das forças armadas Americanas na Segunda Guerra. Estamos acostumados a ver maldades desmedidas da SS, dos Fascistas e dos Japoneses, quando se conta o conflito bélico. Coragem? Ousadia? Busca da verdade? Faz refletir?. Sei lá, o cara as vezes, aponta pra dizer que o império do mal, é sua própria terra natal. Do mais, o filme tem tudo dos outros Quentin Tarantino. Um roteiro super original, bem trançado, nas varias Histórias contadas em Capítulos. Aí o bacana, vem do fato, de que se você assistir, apenas um dos capítulos, a História não fica sem sentido, no entanto, em Bastardos, os cinco "episódios" se completam, e se fundem em um só. Os diálogos, são tensos e com muito humor, fazendo uma atmosfera, de suspense e que chega a acionar a adrenalina. Estão lá, as explicações de quem são os personagens, antes de chegarem aquela cena, como em uma HQ, com direito a balãozinho. Agora o destaque é sem dúvida a Trilha Sonora. O diretor é um expert, em selecionar canções que se encaixam perfeitamente na trama, e que se ouvirmos apenas o áudio, sem as imagens, não perde o sentido proposto pelo roteiro. Desde seu primeiro longa, que Quentin Tarantino, mistura estilos diversos, como o Rock, o Pop, e neste as obras primas do preferido de Felinni, Ennio Morricone. Não é o melhor de Tarantino, nem pode se considerar uma obra prima. Bastardos Inglórios, não chega a incomodar, a fazer a gente pedir o final do filme, quando ele esta na metade. Este é mais um dos feitos do fantástico diretor. No entanto, esperava e sempre espero mais, de um diretor do quilate de Quentin Tarantino. Gostaria de ser surpreendido, como fui, quando assisti Cães e Pulp Fiction. Queria voltar a ter aquela dorzinha no estomago, de quando tive na cena do estupro do personagem Marcellus em Pulp, por Nazista. Mas sem dúvida, mereceu os prêmios de ator coadjuvante, e ficará para sempre em minha galeria dos muitos favoritos.

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