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sábado, 13 de fevereiro de 2010

CARLOS IMPRERIAL: PRESENTE SEMPRE

Um personagem polêmico
Não importa que opinião você tenha de Carlos Imperial. Se o assunto "música brasileira" lhe interessa, a biografia do compositor/teatrólogo/cineasta/apresentador capixaba é leitura obrigatória. "Dez! Nota dez! Eu sou Carlos Imperial", de Denilson Monteiro, é um relato ponderado de uma vida nada monótona.
Possivelmente nunca houve um personagem tão ambíguo no mundo artístico brasileiro. Apesar da fama de cafajeste e das vaias que recebia na TV, às quais respondia com beijos, Imperial surpreendia a quem o conhecia pessoalmente com sua educação e cordialidade. Era extremamente correto com os atores de suas peças. Pagava-os pontualmente e, se o dia do pagamento caísse num sábado, em dinheiro. Quando encenou "Viva a Nova República" em 1985, dobrou o salário do elenco depois de conseguir cobrir os custos de produção. Ao saber que Nina de Pádua era uma atriz global de sucesso, deu-lhe um aumento exclusivo. Seguiu pagando a equipe do "Programa Carlos Imperial" por um bom tempo após o cancelamento na TVS, na esperança de reestreá-lo em outra emissora (não conseguiu). Era um pai para as modelos e dançarinas que trabalhavam com ele, exceto aquelas que vinha a namorar. Não raro, apaixonava-se e parecia abandonar a vida de mulherengo para se dedicar à musa da hora.
Mostrava-se radicalmente contra álcool, drogas e cigarros, chegando a policiar o irmão e o filho, que gostava de "contestar o mundo" (eufemismo para "fumar maconha"). Ajudava e era ajudado pelos amigos.
Por outro lado, tinha o péssimo hábito de nem sempre dar crédito a seus parceiros quando as músicas eram lançadas em disco. Passou o calote num motorista de táxi a quem escalou para atender a Chubby Checker durante a estada do rei do twist no Brasil. Descobriu que podia registrar em seu nome músicas de domínio público, como "Meu Limão, Meu Limoeiro", e passou a fazê-lo sem o menor escrúpulo. Já a acusação de que "A Praça" teria sido roubada de um autor desconhecido é apresentada no livro como uma de suas muitas armações para atrair publicidade. Só que o tiro saiu pela culatra, pois apareceu outro acusador para incomodá-lo. E também sua credibilidade ficou abalada. Quando compôs "Você Passa, Eu Acho Graça" em parceria com Ataulfo Alves, houve quem duvidasse da verdadeira contribuição de Imperial à música. Mas Ataulfo confirmou que era para valer.

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