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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

SARAMAGO A ENTREVISTA

José Saramago: “Sou um comunista hormonal” Mais conhecido pela premiada e mundialmente conhecida produção literária, o escritor português revela suas outras facetas, construídas ao longo dos 86 anos de vida. Alfonso Daniels Saramago: "Capitalismo era, capitalismo será"
Num bairro pitoresco de Lisboa, outrora de classe trabalhadora, uma casa branca simples de dois andares destaca-se entre as demais, marcada pela figura em cerâmica azul de uma bela jovem na fachada. Seu nome é Blimunda, personagem do romance Memorial do Convento, que deu fama mundial ao prêmio Nobel José Saramago, em 1987. Dentro, o escritor de 86 anos, considerado o melhor autor vivo ao lado de Philip Roth por críticos literários como Harold Bloom, desce as escadas lentamente para uma rara entrevista de quatro horas ao Opera Mundi, em seu lar.
Poucos duvidam da genialidade literária, mas Saramago também é famoso pelas ferrenhas posições esquerdistas – recentemente, entrou em choque com o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, a quem chamou de "vômito", e por comparar os territórios palestinos com Auschwitz. "Com a atual crise econômica, estão tentando salvar os bens, mas nada substancial vai mudar.
Capitalismo era, capitalismo será", diz ele, prevendo que a extrema direita continuará a crescer na Europa. Sua única esperança parece ser o recém-eleito presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. O escritor rejeita o venezuelano Hugo Chávez, que sofre com a "tentação perigosa do autoritarismo", segundo ele. Critica também outros líderes da esquerda latino-americana, mas se diz fiel aos princípios comunistas, ainda que não veja neles nenhuma aplicação prática nos dias de hoje.
“Sou um comunista hormonal, em meu corpo há hormônios que me fazem crescer a barba e outros que me fizeram ser comunista. Não quero me transformar em outra pessoa”. Para facilitar a vida do repórter, que não fala português, Saramago concede a entrevista em espanhol, com voz muito fraca – consequência de uma doença respiratória potencialmente fatal contraída há dois anos.
Mas as mãos estão em plena atividade e ele escreve com profusão. Na próxima quinta-feira (25), apresentará seu novo livro, O Caderno, uma compilação das populares postagens em seu blog, nas quais ataca o papa e George W. Bush. E o escritor concluiu recentemente outro romance, que será publicado no outono. Terá cerca de 200 páginas e guarda uma surpresa, segundo ele. Será o mais recente de inúmeros livros, sendo vários best-sellers e um transformado em filme: Ensaio sobre a Cegueira, do cineasta brasileiro Fernando Meirelles. Um feito extraordinário, nas próprias palavras do escritor, para alguém nascido em 1922 numa aldeia pobre distante de Lisboa, no interior português. Um lugar onde, no mês passado, ergueram uma estátua sua na praça central, sentado num banco e, é claro, lendo um livro.
Leia a matéria na integra aqui: http://ow.ly/1909n .

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