" Minha amiga Kely, que trabalhou comigo no mandato do Vereador José Carlos Pinto de Oliveira, sempre definia nossa cidade, como "CASA GRANDE&SENZALA". O texto abaixo, públicado, ontem na Gazeta de Limeira, demonstra bem, esta teoria de minha amiga. Espero que a Jornalista citada, não faça valer esta "Estúpida", lógica patronal".
É a economia, estúpido!
Tenho muita admiração por todos os colunistas da Gazeta. Sem exageros é um privilégio manter em nossas fileiras pessoas com as mais variadas visões de mundo, mantendo entre si um elo inabalável: procurar fazer o melhor por nossos leitores, reconhecendo-lhes voz em suas interpretações cotidianas. Não raramente, talvez por conta desse ‘elo’, comentamos assuntos semelhantes, entretanto, cada qual com jeito de enxergar o problema. Dessa vez aconteceu com um comentário assinado por Andréa Crott no último sábado. De maneira elegante ela registrou seu desapontamento quanto à ausência do carnaval de rua em nossa cidade, em linhas gerais. De fato, é uma pena. Limeira já ostentou vários títulos. Também viveu épocas memoráveis, só para citar duas, no carnaval e no futebol. As décadas de 1970 e 80, em especial, foram borbulhantes nesse sentido. O Independente angariava fiéis torcedores enquanto a Internacional, adormecida, ressurgiu imponente, rugindo feito leão. Nas ruas, as folias de Momo criaram adversários ferrenhos. Havia muita paixão e samba no pé, dos vestidos rodados de Elza Tank até a presença solitária do Perigoso, o último solteiro da cidade. Hoje, bem... Os tempos são outros. Em primeiro lugar a inocência de antes não existe mais. Surgiram novas prioridades sociais ao município e, como sempre acontece, esporte e cultura foram os setores mais atingidos. Estão marginalizados. Não obstante, a Justiça tem sido implacável contra eventos sonorizados, para alegria e descontentamento de muitos. Porém quanto ao carnaval, com todo o respeito e admiração que lhe devo, cara Andréa, emprestarei o célebre pensamento de James Carville para a campanha de Clinton em 1992 - “é a economia, estúpido!”-, para parafraseá-lo: “é o prefeito, estúpida!”. Nada contra. Também reconheço, muitas obras necessárias estão concluídas, outras estão em execução, isso permanece, o carnaval passa, mas o problema é que o prefeito simplesmente não gosta das folias de momo e pronto. É questão religiosa e pessoal. Embora seja uma prerrogativa, podemos respeitá-la, ao mesmo tempo discordar. A partir de hoje a maioria dos municípios brasileiros estará se animando, brincando, sorrindo, isso é cultural no Brasil. Em Limeira não. Mais uma vez teremos remendos. Mais uma vez o faz-de-conta cumprirá o seu destino e, Andréa, não acredito que algo se transforme nem em 2011, tampouco em 2012. Dizem que viver do passado é coisa de museu. Concordo em parte e felizes aqueles que viveram nessa cidade quando em outras épocas, de mais calma e ordem. Daqui para frente só o futuro nos dirá do que nos lembraremos. E sem fazer esforço.
Roberto Lucato
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