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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

PRIVATIZAÇÃO DO CARNAVAL

A privatização do Carnaval Popular Escrito por Raymundo Araujo Filho 12-Fev-2010 Sem querer estragar a festa e nem botar água no chopp de ninguém, não posso deixar de abordar o que acontece, agora de forma avassaladora e cruel, no Rio e Janeiro (não só no Rio), com a tentativa de renascimento do Carnaval Popular de rua, que andou muito adormecido durante algum tempo, mas que foi reerguido à custa de pequenas articulações para a formação de Blocos de Rua. Trata-se de clara reação à ideologia do Carnaval "indoor" (em clubes) ou eventos de grande magnitude como o Desfile das Escolas no Sambódromo. Ainda na década de 70 (o viço da juventude suplantava até os tempos pesados da ditadura militar), eu participava da formação de um pequeno bloco de rua, em Copacabana, com o nome Charme da Simpatia. Mais ao final desta década de 70, lembro-me de ter participado de uma pequena concentração na subida do Cristo Redentor, em um recuo da pista, que deu origem ao Bloco Sovaco do Cristo. Na emblemática Rua General Glicério, no bairro de Laranjeiras, sempre houve uma movimentação local de ocupação da Praça Comunitária de lá. O Bloco das Carmelitas, no Bairro de Santa Tereza, e o Comuna Que o Pariu (da juventude comunista do PCB, que sai na Cinelândia) veio no bojo destas iniciativas descentralizadas e comunitárias, para um retorno ao Carnaval de rua e popular. O próprio Bloco do Barbas, organizado pelo Nelson Rodrigues Filho (filho do teatrólogo Nelson Rodrigues), fez parte daquele ressurgimento de um Carnaval não identificado com as empresas, com o lucro comercial e "de marcas" ("merchandising"). Além de centenas de experiências comunitárias e de pequeno vulto, tradicionais dos subúrbios cariocas, os quais freqüentei desde criança. Assim, ao lado de experiências emblemáticas, porém já de vulto, de que a Banda de Ipanema é a maior expressão, o Carnaval do Rio na década de 90 e início do século 21 tinha uma série de eventos de rua realmente populares, organizados e financiados comunitariamente, que passaram a chamar a atenção e aumentar o número de foliões, denotando a liberdade tão encarnada pelo carnaval, que marcava posição no Rio, tal e qual a percussão dos bumbos e surdos das escolas de samba marcam a sua presença, anunciando os sambas enredos.
Leia a matéria na Integra aqui: http://ow.ly/18NkG .

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