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domingo, 7 de fevereiro de 2010

VERDE QUE TE QUERO VERDE

Verde, de que?”.
Por João Paulo – Pastoral Operária/Mossoró.
(Fonte: e-mail pessoal, fevereiro/2009).
No coldre da crise ambiental e suas necessárias preocupações, o sistema viu-se obrigado a pôr em sua agenda a questão ambiental, foi aí que surgiu o ambientalismo ligth. Comprar uma sacolinha de pano, jogar o papel de bala no lixo e pôr no carro um adesivo “I love the nature” e o mundo estará salvo.
Ao lado de tudo isso surge o desenvolvimento sustentável, que é mais ou menos como aquele marido que bate na mulher e pede perdão. Frei Betto compara o desenvolvimento sustentável às torturas ocorridas quando da ditadura militar. Durante as sevícias que sofriam os opositores do regime lá estavam sempre presente médicos que orientavam o torturador: “Bata mais aqui. Não, não, espere um pouquinho. Deixe ele respirar. Pronto, agora bata mais uma vez”. Esse é o desenvolvimento sustentável, explorar até o máximo que a natureza pode aguentar.
O caso da prefeita de Natal Micarla de Sousa, do partido verde, é um exemplo clássico. Autorizar a construção de espigões ao redor do morro do careca vai de encontro a qualquer preocupação ambiental legítima.
Suplantar a beleza única do cartão postal da cidade de Natal com um bocado de concreto cinza erigido de forma vertical que pode ser construído em qualquer lugar da face da terra é algo que chega a ser imbecil. É notório que a permissão de construção de tais prédios foi pressão do setor imobiliário.
Seguindo a cartilha do desenvolvimento sustentável a obra seria totalmente legítima, ora, o morro ainda iria ficar lá, feliz, no cantinho dele, espremido entre toneladas de concreto, mas estaria lá. Dinheiro no bolso e a natureza, vamos dizer que sobrevivendo, tudo fica bem. Sorte do morro do careca e de toda a sociedade que, por pressão popular e do Ministério Público, a prefeita de Natal voltou atrás nas permissões imorais por ela concedidas.
Por esta, a natureza venceu. Mas fica ainda uma pergunta, esse verde de Micarla é verde de quê mesmo? Eu tenho sérias suspeitas de que seja... .

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