Seguidores

Arquivo do blog

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

HISTÓRIA

O que salvou Lênin? Escrito por Gilvan Rocha O grande revolucionário Vladimir Lênin teria dois destinos na história. Ou ele seria, caluniosamente, apontado como agente do imperialismo alemão e traidor da pátria ou seria aclamado como herói. Tudo dependeria do desfecho do processo político em curso na Rússia. É fato que Lênin fez um acordo com o imperialismo alemão que lhe permitiu viajar no trem blindado, até a Finlândia, por onde entraria na Rússia conflagrada. Esse acordo, é claro, tinha interesses das partes. Entretanto, eles não eram convergentes e sim divergentes. Lênin objetivava retornar à Rússia e tentar alavancar o processo revolucionário, rumo à vitória do socialismo. O imperialismo alemão pretendia que os bolcheviques de Lênin agitassem sua política contra a guerra e enfraquecessem o governo russo, com quem a Alemanha estava em guerra. É fartamente dito que os alemães não só contribuíram com o retorno de Lênin como forneceram recursos materiais, "o ouro alemão", com o objetivo de proporcionar mínimas condições materiais para o desempenho político dos bolcheviques. Os adversários de Lênin trataram de envidar uma campanha no sentido de mostrá-lo como traidor venal da pátria. Foi o triunfo da Revolução Bolchevique que salvou Lênin dessa tão sórdida pecha. Mas essa vitória não pode salvá-lo de ser beatificado e canonizado quando a derrota do socialismo em escala mundial e, por conseguinte, a vitória da contra-revolução, gerou uma hedionda monstruosidade, o stalinismo. A contra-revolução instalada no seio da própria URSS, capitaneada pela sinistra figura de Stalin, sentiu a necessidade de transformar Lênin em ícone da perfeição e suas obras em "livros sagrados". Esse processo de construir a cultura da infalibilidade, seja do Lênin e mais ainda do Partido, expressada na afirmação de que "o Partido nunca erra", tornou-se um pressuposto para a consolidação da contra-revolução stalinista que se estendeu mundo afora, através da Terceira Internacional desfigurada. Vê-se, pois, que ambos os destinos de Lênin eram cruéis. Gilvan Rocha é diretor do Centro de Atividades e Estudos Políticos – CAEP. Website: http://www.gilvanrocha.blogspot.com/ Extraído: http://www.correiocidadania.com.br/content/view/5428/9/

Nenhum comentário:

Postar um comentário