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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

PUNIÇÂO AOS TORTURADORES E ASSASSINOS DO GOLPE DE 64

Esclarecimento Público sobre os Cemitérios de Petrópolis O Grupo Tortura Nunca Mais/RJ vem a publico esclarecer alguns pontos contidos na publicação “Habeas Corpus – que se apresente o corpo”, de responsabilidade da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República lançado em dezembro de 2010. Estranhamos e, mesmo, nos impactamos com as informações contidas à página 169 da referida publicação que afirmam que 19 (dezenove) desaparecidos políticos poderiam estar enterrados nesses cemitérios depois de terem, em sua maioria, sido levados para a “Casa da Morte”, em Petrópolis (local clandestino da repressão à época). Cabe esclarecer que, em agosto de 2010, fomos procurados por Ivan Akselrud de Seixas que – como consultor contratado para elaborar diagnóstico, localização, reconhecimento e identificação de mortos e desaparecidos políticos no Brasil, para subsidiar o trabalho da Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos vinculada à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Republica – propôs ao GTNM/RJ iniciar investigações junto aos Cemitérios de Petrópolis. Isto porque nossa entidade, desde 1992, havia desenvolvido pesquisas à procura de mortos e desaparecidos políticos enterrados como indigentes em cemitérios de periferia do Rio de Janeiro como Ricardo de Albuquerque (onde foram localizados documentalmente 14 militantes políticos), Santa Cruz e Cacuia (onde também documentalmente foram localizados dois opositores, um em cada cemitério). Apesar das criticas que o GTNM/RJ vinha fazendo ao governo federal, em especial à política de direitos humanos implementada e, em particular, à questão da Guerrilha do Araguaia, aceitou-se trabalhar nesta pesquisa desde que o nome da entidade não fosse vinculado à Secretaria de Direitos Humanos. Qual não foi nossa surpresa e indignação ao vermos o GTNM/RJ vinculado a uma pesquisa que apenas foi iniciada. Informamos que não cabe, em absoluto, a nós o levantamento desses 19 nomes de desaparecidos políticos. Discordamos, profundamente, das ilações que constam na referida publicação, ao veicular, por exemplo, o nome do desaparecido político Aluisio Palhano Pedreira Ferreira ao de José Neves Filho, que consta no livro de registros de óbitos do Cemitério de Petrópolis, em maio de 1971. Não se pode afirmar que José Neves Filho seria “aparentemente nome falso”. Não obtivemos até agora confirmação disto. Da mesma forma, não se pode ainda constatar a veracidade de que Celita de Oliveira Amaral, que consta no livro de registros de óbitos do Cemitério de Petrópolis, em abril de 1972, “seria provavelmente Isis Dias de Oliveira”, desaparecida política. Logo adiante, à mesma pág. 169, a publicação informa: “Da mesma forma, há indícios de serem também os casos de Paulo Celestino da Silva, Paulo Stuart Wright, David Capistrano, Celso Gilberto de Oliveira, Luiz Almeida Araujo, Heleny Teles Guariba, Sérgio Landulfo Furtado, Paulo Ribeiro Bastos, Umberto Albuquerque Câmara Neto, Honestino Monteiro Guimarães, Caiupy Alves da Costa, João Batista Rita, Joaquim Pires Cerveira, José Roman e Thomaz Antonio Meireles”. O GTNM/RJ reitera, portanto, que nas pesquisas que participou nos Cemitérios de Petrópolis, não há como afirmar que esses 19 desaparecidos políticos listados pela Secretaria de Direitos Humanos estejam enterrados nesses cemitérios como indigentes e/ou com nomes falsos. Suspeitamos, apenas. O GTNM/RJ reitera seu respeito à dor e ao sofrimento que, até hoje, acompanham os familiares desses opositores desaparecidos e afirma sua postura de transparência em relação a qualquer pesquisa realizada, como fez em relação aos Cemitérios de Ricardo de Albuquerque, Santa Cruz e Cacuia nos anos de 1990. Por tudo isto, solicitamos aos responsáveis por esta publicação que se faça o mais rapidamente uma errata e que fique claramente explicitado que esses 19 nomes indicados não o foram pelo GTNM/RJ. Continuamos nossa luta ao lado de todos que clamam pela construção de uma história que possa ser corroborada por documentos e testemunhos. Pela Vida, Pela Paz! Tortura Nunca Mais! Rio de Janeiro, 25 de Janeiro de 2011 Diretoria do Grupo Tortura Nunca Mais/RJ

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