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domingo, 23 de janeiro de 2011

MEMÓRIA HISTÓRICA I

Carlos Eduardo Pires Fleury Militante do MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO POPULAR (MOLIPO). Nasceu em 5 de janeiro de 1945, em São Paulo, capital, filho de Hermano Pires Fleury Jr. e Maria Helena Dias Fleury. Foi morto aos 26 anos. Estudante de Filosofia da Universidade de São Paulo e do curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica. Preso em setembro de 1969 e, banido do Brasil em junho de 1970, juntamente com outros 39 presos políticos, quando do seqüestro do embaixador da Alemanha no Brasil, von Holleben. Em 1971, retornou ao Brasil clandestinamente e foi morto em condições não esclarecidas, no dia 10 de dezembro do mesmo ano. Seu corpo foi registrado no IML/RJ com o nome falso de Nelson Meirelles Riedel, professor, de 26 anos, pela Guia n° 235, da 23ª D.P. A necrópsia afirma que "foi encontrado morto no interior de um veículo", tendo sido baleado. Foi assinada pelo Dr. Elias Freitas; não havendo nome do 2° legista. Fotos de perícia de local do ICE/RJ, mostram Carlos Eduardo baleado no banco traseiro de um carro Dodje Dart CB4495. O laudo de perícia de local indica morte violenta (homicídio), ocorrida na Praça Avaí, n° 11, no Bairro de Cachambi. O cadáver de Carlos Eduardo foi retirado do IML por seu irmão, Paulo Pires Fleury, sendo sepultado no Cemitério da Consolação, em São Paulo, por seus familiares. No arquivo do DOPS/SP foi encontrada a seguinte informação, de n° 850, do Ministério da Aeronáutica-4ª Zona Aérea, datada de 2 de dezembro de 1971, oito dias antes de sua morte: "traz ao nosso conhecimento, entre outras coisas, que através de reconhecimento fotográfico, foram identificados diversos banidos já em atividades no Brasil, entre os quais Carlos Eduardo Pires Fleury." A nota oficial divulgada pelos órgãos de segurança dizia que a morte de Fleury, ocorrida em tiroteio no bairro de Caxambi, teria sido por volta de 4 horas da madrugada. Mas, para quem conhecia os hábitos de Fleury, é difícil acreditar nessa possibilidade, principalmente porque estava vivendo em total clandestinidade. A notícia não dava conta da existência de outros militantes no tiroteio, o que não esclarece como estaria Fleury sentado no banco traseiro de um carro (onde ele aparece morto) se não havia ninguém que dirigisse tal carro. O relatório do Ministério da Aeronáutica mantém a mesma versão dizendo que foi alvejado e faleceu posteriormente no dia 10 de dezembro de 1971.

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