TRANSPORTE COLETIVO, EFICIÊNCIA OPERACIONAL X VALOR DA TARIFA
Recentemente as empresas do Sistema de Transporte Coletivo solicitaram um reajuste na passagem de ônibus para R$2,80. Como justificativa para o aumento de 16,7%, as empresas alegaram a necessidade de se restabelecer o equilíbrio econômico/financeiro do contrato.
Muito embora os balancetes das empresas atestem em favor da justificativa, há outro elemento que deve ser considerado. Trata-se da eficiência operacional do sistema, que diz respeito à relação entre o produto oferecido, no caso as viagens, e os insumos gastos para a realização destas mesmas viagens.
Para uma melhor eficiência operacional, os insumos, neste caso, os veículos, recursos humanos, combustível e lubrificantes, pneus e peças, devem ser utilizados de modo otimizado, visando um custo final menor, que é determinante no cálculo do valor da tarifa. A lógica é simples: melhor eficiência econômica, menor custo final e, conseqüentemente, menor valor da passagem. O inverso também é verdadeiro: Pouca eficiência, maior custo final, resultando num alto valor de tarifa.
Sabemos que o nosso Sistema de Transporte Coletivo foi incapaz de acompanhar o crescimento e desenvolvimento da cidade. Planejado para a Limeira da década de 70, atualmente ele é precário e arcaico, incapaz de atender a nossa população. Basta um olhar apurado para perceber que o sistema carece de planejamento, visando torná-lo mais eficiente. Muito embora o edital tenha previsto a modernização do sistema e, aparentemente, haja boa vontade por parte das empresas, após dois anos pouco se experimentou. Verifica-se, por exemplo, muitas linhas com veículos operando com capacidade ociosa, causando sobre-oferta de lugares, enquanto noutras linhas e horários há superlotação, despertando a insatisfação dos usuários. Sabemos ainda que há casos de superposição de linhas, enquanto noutros bairros há deficiência na cobertura pelo sistema. Outros fatores ainda afetam a eficiência do sistema, como o tamanho dos veículos, estado das ruas e avenidas, distância entre as paradas, prioridade no sistema viário, aproveitamento da frota, configuração da rede de linhas, dentre outros.
Nesta lógica fica enfraquecido o argumento da quebra do equilíbrio econômico/financeiro, uma vez que este mesmo equilíbrio depende exclusivamente da eficiência operacional do sistema. Eficiência esta que pode estar comprometida em razão da a falta de planejamento.
Portanto, neste caso, para se restabelecer o equilíbrio econômico há dois caminhos possíveis: O reajuste da tarifa em 16,7%, uma medida imediata, que transferirá para a população o ônus da falta de planejamento, ou uma ação ousada por parte da prefeitura e dos operadores, visando a busca uma eficiência econômica satisfatória que venha refletir diretamente no custo da passagem.
É razoável ficarmos com a segunda opção.
Ronei Costa Martins
Vereador PT Limeira.
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Douglas Diogo dos Santos
Assessor - Mandato Coletivo do Vereador Ronei Costa Martins
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