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terça-feira, 27 de abril de 2010

O MURO DA VERGONHA

EUA - México: A fronteira da morte O governo de Barack Obama continua com a política do seu antecessor de usar a morte como medida de dissuasão.
Por Jeb Sprague, da IPS Nogales, México, 26/4/2010 - "Tenho que voltar ao Arizona, é o meu lar", diz o mexicano Sergio, de 26 anos, enquanto coloca a sua última pastilha purificadora num copo de água suja. O seu filho vive nesse estado norte-americano, onde ele mesmo passou a maior parte da sua vida. Sem documentos, Sergio, como outros imigrantes, não pode tirar a carteira de motorista. Quando usava uma identificação falsa foi detido num controle rotineiro de trânsito e, após ficar quatro meses preso, foi deportado. Em inglês fluente explica que imediatamente após a sua deportação tentou cruzar o deserto, mas agentes da patrulha de fronteira dos Estados Unidos capturaram-no e colocaram-no na prisão por oito meses. Ele não tem vínculos familiares nos Estados da fronteira mexicana; toda a sua vida está no Arizona, ressalta Sergio. No dia 13 deste mês, o Legislativo desse Estado aprovou um projeto de lei mais duro contra os imigrantes, que agora está em estudo pela governadora republicana, Jan Brewer. Punindo as pessoas que não tiveram identificação adequada, o projecto exige que a polícia reveja o estatuto legal de qualquer suspeito de não ter documentos legais. Apenas dois dias depois, numa enorme operação com 800 polícias de nove agências federais e locais, foram presas 50 pessoas que trabalhavam no sector de transporte. Funcionários da Imigração dos Estados Unidos disseram que a medida incluiu "uma cooperação sem precedentes com a Secretária de Segurança Pública do México", numa investigação que "implicou membros de alto nível de organizações de tráfico de seres humanos". No mesmo dia, integrantes da organização anti-imigrantes Tea Party fizeram várias manifestações no condado de Maricopa, também no Arizona. O ex-congressista republicano Tom Tancredo culpou os imigrantes ilegais de assassinatos, e usou como exemplo o crime de Rob Krentz, um fazendeiro do Estado, ocorrido no mês passado e ainda não esclarecido. "O sangue dessas pessoas está nas mãos de cada político que administra uma cidade santuário", disse Tancredo na cidade de Tempe. Chama-se cidade santuário aquela onde não há normas federais nem estaduais em matéria de imigração. Isabel García, copresidente da Coligação para os Direitos Humanos, com sede em Tucson, disse na Rádio Pacifica que ela culpa os governos federal e estadual por "fazerem do Arizona o laboratório para todas estas medidas anti-imigrantes'. Com pontos urbanos de cruzamento de fronteiras, como Nogales, uma cidade muito fortificada, os migrantes deportados para o México que desejam retornar com as suas famílias ao Arizona fazem perigosas travessias pelo deserto. Segundo organizações norte-americanas de direitos humanos, a quantidade de migrantes que morrem por ano tentando entrar no Estado aumentou de nove, em 1990, para 200, em meados de 2000. O governo de Barack Obama continua com a política do seu antecessor de usar a morte como medida de dissuasão, o que, segundo o direito norte-americano e internacional, é ilegal. Em 1994, com a aprovação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), o então presidente Bill Clinton (1993-2001) militarizou oficialmente a fronteira com a Operação Guardião e a Operação Defender as Linhas de Combate. Leia a matéria na integra aqui: http://ow.ly/1DxUx .

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