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segunda-feira, 26 de abril de 2010

ARMAS NUCLEARES NO IRÃ? VERDADE OU FICÇÃO?

Chomsky: "Os mulás não são suicidas" Em entrevista à publicação alemã Freitag, Noam Chomsky fala da pressão dos EUA e de Israel sobre o Irão e seu significado geopolítico. Por David Goeßmann e Fabian Scheidler.
Barak Obama obteve o Prémio Nobel da Paz em 2009, numa altura em que enviava mais tropas para o Afeganistão. O que aconteceu à «mudança» prometida? Sou dos poucos que não está desiludido com Obama, porque não tinha muitas expectativas em relação a ele. Escrevi acerca das posições de Obama e das suas perspectivas de sucesso antes do início da sua campanha eleitoral. Conhecia a sua página web e, para mim, era evidente que se tratava de um democrata moderado ao estilo de Bill Clinton. Há, claro, muita retórica sobre a esperança e a mudança. Mas isso é como uma folha em branco onde se pode escrever o que se quiser. Aqueles que se desesperaram com o rescaldo da era Bush tentaram encontrar esperanças. Mas não existe nenhuma base para quaisquer expectativas, depois de analisada correctamente a substância dos discursos de Obama. O governo norte-americano tratou o Irão como uma ameaça devido ao seu programa de enriquecimento de urânio, enquanto países que possuem armas nucleares como a Índia, o Paquistão e Israel escapam a essa pressão. Como encara esta actuação? O Irão é encarado como uma ameaça porque não obedeceu às ordens dos Estados Unidos. Militarmente esta ameaça é irrelevante. O Irão não teve comportamentos agressivos fora das suas fronteiras durante séculos. O único acto agressivo verificou-se nos anos setenta sob o Xá da Pérsia quando, com o apoio dos Estados Unidos, foram invadidas duas ilhas árabes. Naturalmente, ninguém deseja que o Irão ou qualquer outro país disponha de armas nucleares. Evidentemente, sabe-se que esse país é governado, incontestavelmente, por um regime abominável. Mas apliquem-se os standards exigidos ao Irão a aliados dos americanos como a Arábia Saudita ou o Egipto e, nesse caso, apenas se pode criticar o Irão em matéria de direitos humanos. Em 30 anos, Israel invadiu o Líbano cinco vezes, com o beneplácito e a ajuda dos Estados Unidos. O Irão não fez nada que se lhe assemelhe. No entanto, este país é considerado uma ameaça porque seguiu um caminho independente e não se subordina a nenhuma ordem das autoridades internacionais. O seu relacionamento com o Chile dos anos setenta não foi diferente. Quando este país passou a ser dirigido pelo socialista Salvador Allende, os Estados Unidos apostaram na sua desestabilização para gerar «estabilidade». Não se trata de nenhuma contradição. Era preciso derrubar o governo de Allende - a força «desestabilizadora» - para manter a «estabilidade» e poder ser restaurada a autoridade dos Estados Unidos. Verificamos agora o mesmo fenómeno na região do Golfo. Teerão opõe-se a essa autoridade. Leia a matéria na Integra aqui: http://ow.ly/1Dhz3 .

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