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domingo, 25 de abril de 2010

COPIANDO E REPASSANDO

"Esta secção, tem como objetivo socializar através da leitura dos posts uma obra literária de vulto. Todo dia será postado um texto do livro a ser abordado. Quem tiver sugestões e queira colaborar, envie nome das obras ou as mesmas para este exercício de compartilhar arquivos e conhecidos. Endereço Eletrônico: revupoeta@yahoo.com.br ou revupoeta@gmail.com “.
A OBRA
O segundo livro desta secção é 111 AiS, do escritor Curitibano Danton Trevisan. Trata-se de mais uma colêtanea de textos, micro contos, retirados de obras do autor: Ah é?, 234, e pico na veia. Dono de textos que em sua maioria tratam do cotidiano e de sua bela cidade natal, Dalton Trevisan, tem no curriculo obras do calibre de: Morte na Praça (1964), Cemitério de Elefantes (1964) e O Vampiro de Curitiba (1965), seu livro mais famoso.
TEXTO
30. Se foi plano de Deus, bem sei, devo me conformar. De dia me distraio na oficina. Mas de noite? Pensando nela me bato a noite inteira. Minha cama, nela eu deitava. Colcha de pena de colibri, com ela me cobria. Doce cadeira de balanço, nela me embalava. Apagada a luz, erguia a camisola. Cego, de repente eu via – no lombinho tão branco duas luas fosforescendo. Saudade judia do corpo? Sinto a vista cansada, mas posso ler. Toda manhã, quando faço a barba, ainda aparo o bigode. Ela morreu, e não raspei o bigode. Três dias que o olho esta seco. Me esbofeteio com força – chora, maldito.

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