A crise nas idéias
Escrito por Wladimir Pomar
A síndrome do manual e a crise nas idéias parecem andar juntas, não só em terras brasileiras, mas também em outras partes do mundo. Basta ver como alguns analisam a evolução histórica após a grande hecatombe da segunda guerra mundial.
Segundo eles, a descolonização e a Declaração dos Direitos do Homem teriam dado alento à periferia do mundo, com a possibilidade das Nações Unidas afastarem os fantasmas da guerra, da fome, das doenças e estabelecerem o processo civilizatório em todo o mundo. Porém, aí teria surgido a Guerra Fria, elevando os gastos militares, dos quais se derivaram os avanços tecnológicos e científicos, que sustentaram da corrida armamentista.
Assim, a descolonização, a declaração dos direitos humanos e a ONU aparecem como as fadas boas. Infelizmente, como elas teriam sido atacadas pelas bruxas da guerra fria, isso deu na corrida armamentista que, paradoxalmente, contribuiu para os avanços tecnológicos e científicos. Assim, parecem irrelevantes os fatos de que os Estados Unidos foram os principais promotores da guerra fria e que as lutas pela descolonização já se desenvolviam antes da segunda guerra mundial, tomando vulto durante sua ocorrência e se apresentando como um problema não resolvido pela ONU e sua Declaração de Direitos Humanos.
A guerra fria surgiu, em primeiro lugar, do fato de os Estados Unidos terem saído da segunda guerra mundial como uma superpotência. Foi o único país a não sofrer qualquer dano militar em seu solo, podendo se tornar a principal fábrica mundial de fornecimento de armamentos durante o conflito. Surgiu ainda do fato de que, embora as outras duas grandes potências coloniais, Inglaterra e França, resistissem ao máximo a aceitar o fim de seus impérios coloniais, os Estados Unidos, com sua política de livre comércio, aceitavam uma política de descolonização, desde que em termos anti-comunistas.
Leia a matéria na Integra aqui: http://ow.ly/1K65d .
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