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segunda-feira, 24 de maio de 2010

COPIANDO E REPASSANDO

"Esta secção, tem como objetivo socializar através da leitura dos posts uma obra literária de vulto. Todo dia será postado um texto do livro a ser abordado. Quem tiver sugestões e queira colaborar, envie nome das obras ou as mesmas para este exercício de compartilhar arquivos e conhecidos. Endereço Eletrônico: revupoeta@yahoo.com.br ou revupoeta@gmail.com “.
A OBRA O segundo livro desta secção é 111 AiS, do escritor Curitibano Dalton Trevisan. Trata-se de mais uma colêtanea de textos, micro contos, retirados de obras do autor: Ah é?, 234, e pico na veia. Dono de textos que em sua maioria tratam do cotidiano e de sua bela cidade natal, Dalton Trevisan, tem no curriculo obras do calibre de: Morte na Praça (1964), Cemitério de Elefantes (1964) e O Vampiro de Curitiba (1965), seu livro mais famoso.
TEXTO 58. - Você fala, fala no maldito dinheiro. Deu? Não deu? Ai, que desespero, cara. Só não devolvi porque não pude. Essa droga de crise. O emprego não perdi? Estou na luta por outro. Disposta a vender perfume nas portas. Ou cigarro na rua. Que tal guria de programa? Isso mesmo: putinha. Acha que eu sou, não é? Corta essa, querido. Morre antes, não. Pô, muito que viver. Certo: se você insiste, morra. Sovina e rico, morra. Dane-se e morra. Junto o dinheiro mais o juro e vou ao cemitério. Acho o túmulo, faço um buraco, enterro lá no fundo. Daí você tira o braço do caixão e agarra o saquinho de moedas. Bem firme, querido. Até o dia do Juízo Final, orra. Não calo, não. Boca suja, sim. Essa mesma que tanto quer beijar e beijar?

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