Traição ou disputa?
Os termos do debate do começo do governo Lula podem ser revistos agora, sob a ótica do que ocorreu desde então. A conjuntura daquele início levou à discussão sobre a natureza e o destino do governo. A carta aos brasileiros, a nomeação de Meirelles, os orientações predominantes de Palocci no governo, a reforma da previdência, colocaram a questão: o governo Lula tinha mordido a maçã e traído ou era um governo contraditório, em disputa?
Não foram poucos os que aderiram à primeira versão. Lula teria se somado à já longa lista de lideres de origem popular que “traíam” as causas pelas quais tinham lutado – junto com gente como Menem, Carlos Andrés Perez, Mitterrand, Felipe Gonzalez, para não ir muito longe no tempo – e se jogava nos braços das classes dominantes e do imperialismo. Militantes, parlamentares, intelectuais, romperam com o PT e com o governo, considerando-o “perdido” e lançando-se à formação de um outro partido.
Chegaram, nessa linha de raciocínio, depois da candidatura de Heloísa Helena à presidência - que tratava o governo Lula como “uma gangue”, nos generosos espaços abertos a ela na imprensa de direita -, a considerar que o Brasil dirigido por Lula ou por Alckmin seria o mesmo, decidindo pelo voto nulo ou pela abstenção no segundo turno de 2006. (Basta imaginar o Brasil, na crise recente, dirigido por Alckmin ou como foi dirigido por Lula, para nos darmos conta do erro cometido por quem se manteve equidistante dos dois.)
Leia a matéria na Integra aqui: http://ow.ly/1JgSi .
Eu li!
Há 2 semanas
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