“30 de Julho – Aniversário do Poeta Mário Quintana”
(Fonte: http://lproweb.procempa.com.br/).
Mário de Miranda Quintana nasceu em Alegrete, no dia 30 de Julho de 1906. Quintana sempre foi uma figura simples. De hábitos e frases. Sua poesia era simples e direta, mas cheia de subjetividade.
Talvez a principal marca deixada pelo poeta tenha sido justamente sua humildade. Não era raro vê-lo caminhando pelas ruas do centro da cidade, passos lentos, sorriso fácil, conversando e cumprimentando a todos. Quintana era alegretense, mas fundiu-se tanto à capital gaúcha que fica difícil dissociar sua imagem e sua poesia das ruas e paralelepípedos de Porto Alegre. Como diria o próprio Mário:
Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...
A identificação com a cidade sempre esteve presente em sua vida. Chegou em Porto Alegre aos 13 anos para estudar, em regime de internato, no Colégio Militar de Porto Alegre. E é ali que começa a nascer seu namoro com as palavras. Na revista Hyloea, do próprio Colégio, Quintana dá seus primeiros passos como escritor.
Cinco anos depois vai trabalhar como caixeiro (atendente) na Livraria do Globo, contrariando seu pai, que queria ver o filho doutor. Ali se estabelece uma relação longa e riquíssima para os dois lados. Porém, ele logo voltaria à fronteira, para trabalhar na farmácia da família. No espaço de um ano, Quintana perde a mãe e o pai, permanecendo em Alegrete até 1929. No ano seguinte, se deu a sua estréia na redação do jornal O Estado do Rio Grande.
Ao voltar para Porto Alegre, Quintana passa a se dedicar por completo à literatura, traduzindo grandes autores universais para a Livraria do Globo. Em 1940, é publicada A Rua dos Cataventos, o primeiro de muitos livros que marcariam sua obra.
Mário Quintana sempre foi considerado um gênio da poesia. Seu estilo simples e as imagens que criava com seus poemas continham um toque lúdico, que encantava seus leitores. Uma das facetas mais presentes na sua poesia sempre foi o “mundo mágico” que inventava com as palavras. Não é a toa que as crianças mereceram atenção especial do poeta, através de vários livros dedicados ao público infantil.
Quintana foi, sobretudo, poeta, mas escreveu em prosa, traduziu livros, assinou colunas em jornais (especialmente o Caderno H, no Correio do Povo, por muitos anos) e foi um grande frasista. Teve também sua obra traduzida e publicada no exterior, além de ter participado de várias antologias, no Brasil e fora dele.
Por ter sido o que foi, por ter escrito o que escreveu, Quintana é eterno. O anjo poeta deve andar por aí, passeando pelo centro da cidade e dizendo baixinho:
Todos esses que aí estão,
Atravancando meu caminho,
Eles passarão, Eu passarinho...
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