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segunda-feira, 14 de junho de 2010

PARABÉNS JOAQUIM LAZARI

" Abaixo transcrevo o discurso da deficiente visual Yara, que prestou uma homenagem ao Professor Joaquim Lazari, que recebia naquele momento, dia 11 de Junho, o Titulo de Cidadão Limeirense, na Câmara Municipal, cerimônia uma das mais emocionantes que já pude presenciar".
Fui destacada hoje para prestar esta homenagem em nome de todas as entidades limeirenses que atendem pessoas com deficiências. Para mim, é uma honra e um prazer estar aqui para falar do homenageado desta noite, o Joaquim. Uma honra, porque posso falar do cidadão, que muito nos ensina e nos incentiva, ao tomar parte em tantas questões referentes à inclusão das pessoas com deficiência aqui na cidade nos mais diversos âmbitos de atuação, sempre de forma tão respeitosa, digna e dignificante; um prazer, porque, ao mesmo tempo, posso falar do amigo, que é um dos maiores exemplos de superação que conheço. Muitas pessoas vêm sempre me dizer que sou um exemplo de superação, e entendo o que elas querem dizer e agradeço. Mas, exemplo de superação, para mim, é este que está aqui diante de nós hoje, nesta noite. A cegueira sempre fez parte do meu mundo. Fiquei cega poucos meses depois de nascida e só vim a entender o que isso significava na minha vida depois de alguns anos, já na escola. Mas o fato de ser cadeirante não fez parte da vida do Joaquim desde sempre. Antes de entrar neste nosso mundo das diferenças, ele tinha uma outra vida, já tinha família, trabalho, tudo organizado. Até que um dia, por obra de uma força que recebe muitos nomes, entre eles destino, o Joaquim entrou, de repente, neste nosso mundo, que, para ele, era completamente novo e exigia uma mudança de vida, exigia aceitação, adaptações, e muita firmeza e garra para lidar com elas; e ele se saiu brilhantemente, sempre acompanhado pela sua fiel escudeira, a Lourdes Maria. Quando eu era adolescente, estudei com a Ana Francisca, filha do Joaquim, no Colégio, na mesma classe. Quando minha avó Adalgisa soube disso, começou a me contar a história de superação e de força do Joaquim e faria isso muitas vezes. Ela contava essa história com admiração pela recuperação dele e pela força que tinha para lidar com o seu novo mundo, e cheia de respeito pela garra e pelas lutas encabeçadas por ele neste novo mundo. A partir de então, passei também a admirá-lo e respeitá-lo, porque minha avó me ensinou desde pequena que também nas pessoas diferentes como eu e o Joaquim é possível encontrar os nossos heróis, as figuras nas quais podemos nos espelhar, cujos passos podemos ter orgulho de seguir. Ano passado esses nossos laços se firmaram mais e expandiram, desde que atuamos juntos no Auto de Natal, dirigido aqui pelo Farid. Nesta ocasião pudemos estar mais juntos, dar mais risadas, trocar mais idéias. Só confirmei o que já sabia, que todos nós, pessoas com deficiência, ou simplesmente pessoas diferentes, como prefiro dizer, temos um verdadeiro exemplo para seguir e uma figura humana iluminada que merece toda a nossa admiração, respeito e afeto; alguém que, trazendo sempre consigo a alegria e a calma, também toma decisões resolutas e firmes quando a situação pede. Bem, vou ficando por aqui, porque é difícil falar das pessoas que a gente admira. Joaquim: meus mais sinceros parabéns, e de todas as pessoas com deficiência ou simplesmente diferentes que já cruzaram com você, tenho certeza. Os mais sinceros parabéns de todas as entidades que te homenageiam hoje. Te deixo também um abraço carinhoso do maestro Rosivaldo Mena Peres que, quando soube desta homenagem que estávamos preparando para você, me fez prontamente a gentileza de gravar os play backs dos hinos: Nacional e de Limeira, que me permitiram atender, com a elegância que esta homenagem merece, ao pedido que me fez a Lourdes Maria e que atendi hoje com todo o contentamento do mundo. Curta muito essa homenagem, porque você merece! E lembre sempre: estamos todos juntos nessa! Estamos aí! E a luta continua! Obrigada. Yara.

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