E Deus disse: E Fez-se Luz e Mark Zuckeberg disse: E FaceBook e muita grana.
Renê Mainardi
Um amigo cubano escreveu-me preocupado com a guinada alienada dos jovens brasileiros a novos empreendedores de valores capitalistas através das redes sociais de comunicação virtual, já que no El Liberto – jornal cubano de pequena circulação direcionado a jovens revolucionários – publicou-se uma matéria que o Facebook tem avançado muito no Brasil e isso é preocupante, já que a onda Orkut se exauriu e sabe-se bem que o Brasil foi o país em que esta rede de interlocução virtual mais fez grana, aos inventores é claro, em especial Orkut Buyukkokten, e que hoje muito atrasados virtualmente, estamos entrando na nova onda facebookiana que existe desde 2003 e já dominava a quase todos os paises latinos e agora chega a nossa Pindorama.
Dentro desta preocupação indicou-me o filme “A Rede Social” do diretor David Fincher e enviou-me pra que eu assistisse – é surpreendente a rapidez que os cubanos conseguem cópias de filmes recém lançados, ainda mais quando estes tratam da estupidez capitalista, principalmente dos estadunidenses hehehe – e tem-se então um pouco mais da noção do perigo que a ferramenta virtual pode ter, não somente pelo fato da comunicação, mas pela criação de novos detentores de renda e poder, responsáveis pelas mazelas do capitalismo. Tais meios persistem em materializar a ideologia neoliberalista.
A quem não sabe, o Facebook foi criado por Mark Zuckerberg, jovem que antes de sua lucrativa fonte de renda virtual, hostilizou através de fotografias postadas em meios eletrônicos, garotas da Universidade de Harvard, onde estudava, submetendo-as ao julgamento estético e sexual expondo-as ao ridículo. No entanto a criação do FaceBook vem de acordo com a imbecilidade do criador, que após isso, junta-se a outros amigos imbecis para dar continuidade a seu talento como hacker, só que deste vez lucrando valores estratosféricos.
O filme trata da formação do novo empresariado capitalista que agora ao invés de terno e gravata, pode usar chinelo e capuz, já que o detentor da fortuna pessoal de US$ 7 bilhões, feitos em cima da inocência ou até mesmo da necessidade de fazer parte do todo dos paises latinos, tem apenas 26 anos e gosta de tomar sorvete de creme e azarar as garotas como fez a principio na Universidade de Harvard.
Fico triste em pensar que muitas vezes possamos estar nessa massa de manobra inconsciente ou até mesmo por mero desconhecimento histórico ou social dos meios virtuais desculparmos sempre com o mesmo discurso esfarrapado de que “esta rede” nos permite o contato com amigos que não víamos a tempo. Isso também é preocupante, já que assim possamos nos distanciar ainda mais do circulo social e do contato pessoal que além de desumanizador nos permite ao desprazer em viver em conversas de copos e cigarros com os amigos, já que virtualmente tudo é possível. Isso sem mencionar a gratificação de impulsos narcisistas e escopofílicos que tal ferramenta proporciona – talvez a faceta subjetiva do fenômeno que garanta seu efetivo sucesso.
Não sou um facínora raivoso ao mundo virtual a fazer apologia ao não uso do Facebook, mas ao menos proponho aqui atentar aos facebookianos na alimentação de cada letra teclada no seu “Livro Cara” – como diz o cunhado do meu amigo Mario Mariones -como se a mesma fosse mais um grão de milho na engorda da nova geração de porquinhos capitalistas do mundo virtual.
Haverá um dia em que toda a tecnologia será bucólica.
Abraços
RENÊ MAINARDI
-artista multimídia-
artes plásticas, música e cinema
19 - 92008908
renemainardi@hotmail.com
Eu li!
Há uma semana
Nenhum comentário:
Postar um comentário